A 9ª tertúlia “Pensar Educação” teve
a presença da
Professora Emérita Luiza Cortesão da Universidade do Porto bem como de cerca de
mais de 30 participantes. A Iniciativa aconteceu no dia 28 de abril com o
título: “Decisões Educativas: avanços e recuos
ao longo do tempo".
Com
o apoio de uma apresentação projetada a tertúlia começou começou com a visualização de algumas
imagens (fotos e frases) da educação “republicana” em Portugal e
particularmente no “estado novo”.
Destacou, neste contexto, “algumas medidas elucidativas deste período
como:
- 1928 - Extinção das Faculdades de Letras do Porto, de Direito de Lisboa, Farmácia de Coimbra
- 1931 - Criação dos “postos de ensino”
- 1936-37 - Encerramento das escolas do magistério primário.
Esta ilustração é depois contrastada com a educação
que resultou do 25 de abril de 1974. Apresenta exemplos de medidas com que se
procurou “estancar a sede” na educação, de que são exemplo:
§ Os quatro primeiros anos
por fases (1974-75)
§ Mudança de escala de classificação
de 0 a 20 para 1 a 5 no ensino básico
§ Um tronco comum até ao 9º
ano (1975)
§ Recomendação da prática
de avaliação formativa
§ Inclusão da área de
projecto nos currículos
Neste período centrou-se, depois nos “recuos e a
pretexto da crise… (com o anterior governo)” que ilustrou com medidas, das quais se destacam a título ilustrativo:
§
Número máximo de alunos
(5º-7ºano) de 28 passa a ser 30 (2013)
§
Número mínimo de alunos
(5º- 7ºano) de 24 passa a ser 22 (2013)
§
Extinção da área de
Projeto no 12º ano (2011)
§
Estudo acompanhado só
para alguns alunos (2012)
§
Criação de
“mega-agrupamentos” (2012).
Estes enquadram-se na
“Lógica TINA” (There Is No Alternative) orientadora de opções educativas
como as anteriores, visando “eficiência”, “competitividade” e a “eficácia”. Toda
esta lógica tem acontecido em um contexto de “Heterogeneização da população
escolar” caraterizada pelo/a:
•
prolongamento da
escolaridade obrigatória
•
imigração com origem nas
ex-colónias
•
imigração sobretudo com
origem no Brasil e nos países de Leste da Europa
•
…
Aponta depois
“Estratégias para lidar com a heterogeneidade”:
§
Diminuindo-a ou
anulando-a
– Organizar
turmas homogéneas
– Gestão
homogeneizante da sala de aula (sanções, expulsões, exclusões)
§
Gerindo-a até rentabilizando-a
– reconhecimento da incompletude
– questionando
etnocentrismo
Neste quadro, Luiza
Cortesão terminou esta sua intervenção com um conjunto de questões que animaram
o debate que se seguiu como:
·
Que aprendizagens podem
acontecer, embora não estejam explicitadas no currículo?
·
Como realizar a gestão da
heterogeneidade na escola e na sala de aula – um problema?
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